Exercícios espirituais do Papa Francisco e
de seus colaboradores...
O contrário da sede é a preguiça.
Quando perdemos a curiosidade e nos fechamos ao inédito ficamos apáticos e
começamos a ver a vida com indiferença. Por sua vez, a sede nos ensina a arte de procurar, de aprender, colaborar, a paixão
de servir.
Existem muitos
sofrimentos escondidos cujas origens devemos descobrir e que se escondem no
mistério da solidão humana.
Um dos problemas
mais comuns hoje é o chamado ‘burnout’: sentir-se
em curto-circuito, esvaziado de energias físicas e mentais. Este esgotamento emocional é definido por
alguns como ‘síndrome do bom samaritano
desiludido’ e atinge muitas pessoas que fazem da ajuda e da cura do próximo
sua ocupação principal. Como os sacerdotes.
Numa pesquisa
realizada entre o clero da Diocese de Pádua (Itália) apontou que os sacerdotes
com maior risco de burnout são os jovens (25-29 anos) e os mais idosos, com
mais de 70 anos. Dentre as causas deste mal-estar, estão o peso excessivo das
expectativas (pessoais e dos outros), a ausência
de uma vida espiritual, o temor do juízo, a exposição demasiada a situações
humanas difíceis, pouca solidariedade entre os sacerdotes, incapacidade de se comunicar...
Quando nos sentimos
amados como pessoas, amparados com afeto e acompanhamento, sabendo que nosso
trabalho interessa, envolve e apaixona, temos a certeza de existir. Mas quando
nos sentimos abandonados, incompreendidos e com o coração ferido por dores que
não sabemos curar, temos a impressão de não contar nada para ninguém. Fica
só um vazio, uma ‘cratera’ existencial a ser preenchida com angústias e mundanidades:
álcool, redes sociais, consumismo ou hiperatividade...
Todos somos diferentes,
cada um com sua beleza e sua fragilidade. A
beleza humana é aceitar-se como somos; não viver nos sonhos ou ilusões, na
raiva e na tristeza. Ter o direito de ser o que somos... e seremos amados por
Deus e preciosos a seus olhos.
Recorrer à terapia
do humor para satisfazer o desejo: o livro bíblico de Jonas nos faz sorrir
salutarmente de nós mesmos, ao invés de dramatizar. Ele nos diz que a sabedoria
está nos anunciadores de esperança e não nos apocalíticos pregadores de
tragédias.
Um dos sinônimos da
preguiça, a ‘atonia’ da alma, é a tristeza’.
Em relação à
pastoral, a preguiça pode ter diferentes
origens: insistir em projetos irrealizáveis; não aceitar a evolução dos
processos; perder o contato real com as pessoas, não saber esperar, querer
dominar o ritmo da vida... A ansiedade de obter resultados imediatos... a
sensação de fracasso, de ser criticado, de cruz.
Relacione a nossa
sede ‘de água’ com a palavra que revela a necessidade profunda, íntima e
dolorosa ‘vem’, que a Igreja experimenta com a chegada do Espírito. Nesta palavra está o sinal de tudo o que
precisamos, a razão de nossa esperança e ao mesmo tempo, a razão de nosso
fracasso, cansaço... e a necessidade de
superar tudo isso em Deus.
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