O Pe. Giselo
Andrade assumiu a paternidade de uma criança em 2017, e só agora, FEV/2018, foi dispensado de pároco da freguesia do
Monte e substituído por outro padre, embora
continue a exercer o ministério sacerdotal.
Como o próprio padre
manifestou o desejo de continuar a exercer o ministério sacerdotal, nas
condições exigidas pela Igreja, após um discernimento apurado foi decidido que o referido padre continuará a exercer o ministério pastoral,
através de algumas atividades que lhe estavam já confiadas, na área das
comunicações, e outras que eventualmente lhe sejam atribuídas.
Eis a nota oficial da Diocese, 28/JAN/2018, para evitar mal
entendidos...
Foi amplamente difundido, na Madeira e fora dela, o caso de um sacerdote da nossa Diocese, pároco do
Monte, que assumiu publicamente a
paternidade de uma criança. Manifestou, assim, neste gesto e no compromisso
de assumir todas as responsabilidades inerentes à situação criada, um sentido
de responsabilidade que muita gente apreciou, sem que, no entanto, perante o
facto, se deixassem de reconhecer, também, os seus aspetos negativos. Na
verdade, os sacerdotes católicos aceitam e comprometem-se, em plena liberdade,
a viver o dom do celibato no seu ministério de serviço ao Povo de Deus, em
conformidade mais plena a Cristo Pastor, com frutos abundantes para a Igreja,
ainda que com o sacrifício de algumas expressões e alegrias da vida familiar.
Toda
esta situação gerou nos órgãos da comunicação social e nas redes sociais uma
oportunidade de debate e reflexão, mas também uma ocasião ou motivo para
questionar e contestar a atual disciplina da Igreja,
desconhecendo-se o sentido espiritual da mesma. A Igreja não é estática, é
dinâmica; tem uma história que lhe permite reconhecer e avaliar os seus valores
e as suas faltas, o positivo e o negativo da sua presença junto das pessoas e
da sociedade. As mudanças, porém, não se operam por razões de mera popularidade
ou estatística de opiniões.
Relativamente ao pároco do Monte, ele próprio manifestou o desejo de continuar a exercer o ministério
sacerdotal, nas condições exigidas pela Igreja. Desde logo se sentiu a
necessidade de um discernimento claro, em ordem a uma opção responsavelmente
assumida e maturada na reflexão e na oração, um discernimento feito com
serenidade e livre de pressões, acompanhado pelo Bispo da Diocese.
Após diálogos com o próprio sacerdote, ouvidas algumas instâncias
da Igreja e percecionando um sentido eclesial comum, por parte de sacerdotes,
consagrados e leigos, entendeu-se que
constitui maior bem para o padre Giselo Andrade e para a Igreja diocesana,
dispensá-lo de pároco do Monte, podendo continuar a exercer o ministério
pastoral, através de algumas atividades que lhe estavam já confiadas, na
área das comunicações, e outras que eventualmente lhe sejam atribuídas.
Para o substituir foi agora nomeado, por decreto do Bispo
Diocesano, de 25 de janeiro, como Administrador Paroquial da Paróquia do Monte,
o Reverendo Cónego Vítor dos Reis Franco Gomes, pároco da Sé, em regime de
acumulação de funções. Ele já ali paroquiou, conhece o meio e as pessoas, e
aceitou generosamente prestar esta colaboração, o que muito se agradece. Apesar
das limitações inerentes a esta situação provisória, tudo se fará para levar por
diante os projetos em curso, nomeadamente a tão desejada construção da capela
da Imaculada Conceição, nas Babosas, como sinal de consolação e esperança.
Na paróquia do Monte se encontra e venera a imagem da nossa
Padroeira a quem hoje mais uma vez recorremos, pedindo a sua bênção e proteção.
Funchal,
28 de janeiro de 2018
Padre Carlos Almada, Secretário Episcopal
E você o que pensa da solução encontrada?
Acho que se ele deseja continuar a exercer o ministério e assumir as obrigações de pai deve ser apoiado e incentivado com as inevitáveis restrições. Quantas filhos de padres viveram e vivem na "clandestinidade". É comum receberem só o auxílio financeiro, mas nenhum apoio afetivo. O direito da criança de ter pai também é sagrado, assim como a obrigação de um pai cuidar de seu filho.
ResponderExcluir