Até faz pouco tempo discrepar na Igreja era uma maldição. A Cúria Romana,
com seus senhores absolutos, caía de cheio na vida desses (ou dessas) coitados, destroçando-os. Essa militância inquisitorial diminuiu sensivelmente nos últimos anos, mas continua viva em algumas pessoas
qualificando os `rebeldes´ de sacrílegos e extra ecclesia. É continuam queimando-os na fogueira do descrédito público e eclesial. Foi o que há pouco aconteceu com o cardeal alemão Reinhard Marx (*1948), Arcebispo
de Munique e Frisinga, sendo acusado pelo austríaco cardeal Paul Josef Cordes (*1934), ex-presidente do Conselho Pontifício Cor Unum, por o primeiro abrir um caminho para `possíveis´ “bênçãos” a
casais gays.
Antes, o magistério era monocromático, e não admitia excepções, hoje percebemos que o magistério serve para muitos, mas não para todos. Há uma diversidade
de `cores´ e de sentimentos na criação de Deus. Por isso me parece muito atrevido dizer que “a iniciativa do Cardeal Marx ignora a revelação
de Deus...” Ignora uma tradição da Igreja.
A Santa Sé
vive com o Papa Francisco uma luta pública e contínua entre tradicionalistas e renovadores.
Os primeiros são sempre contra qualquer possibilidade de renovação. Os outros buscam soluções que atendam o bem das pessoas. O cardeal
Marx, no vê inconveniente em bendizer, em algumas ocasiões, uma união homossexual.
Queiramos ou não
começam a chegar aos padres estas novas propostas. Lembro de um casal gay de namorados
que me disse à saída da igreja: Padre,
gostaríamos muito que um dia o senhor pudesse abençoar nossas alianças...
E pensei: Se um
deles fosse meu irmão, o que eu faria?
Provavelmente as abençoaria...
E você o que faria?
Benção e sacramento as uniões homoafetivas!
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