A Igreja baseia seus fundamentos na Sagrada Escritura, na Tradição e no magistério vivo, crescendo na compreensão e inteligência da fé.
O anúncio da modificação do Catecismo da Igreja Católica no tema da pena de morte gerou em alguns uma tempestade em copo de água. O desenvolvimento da doutrina suscita sempre em alguns resistências e rejeições. Não é a primeira vez que isso acontece nem será a última.
Ontem foi o capítulo 8º da Amoris laetitia, hoje a inadmissibilidade da pena de morte, amanhã quem sabe será o das diaconisas na santa Igreja Católica... Nos 2.000 anos de cristianismo muitas coisas mudaram!
Quanto caminho percorrido neste assunto da pena de morte! Hoje ficamos horrorizados com certas ordens `dadas´ por Deus a Moisés, segundo as Escrituras. Em Levítico 20, por exemplo, o Senhor ordena matar idólatras, adúlteros, sodomitas, incestuosos, e os que maltratam o pai ou a mãe... Moisés viveu há mais de 3.000 anos atrás!
Pensemos na coragem dos primeiros judeu-cristãos ao abandonar a circuncisão ou aceitar os pagãos-cristãos na Comunidade... Pedro, diante de Cornélio, centurião romano pagão `reconhece´ que Deus não faz distinção de pessoas, mas em toda nação lhe é agradável aquele que o teme e faz o que é justo. Se agora `reconhece´ é por que houve uma mudança no seu modo de pensar e agir.
"Eu reconheço" significa progresso gradual no conhecimento da verdade divina. Todos crescemos na inteligência da fé, também a Igreja. Pensemos nos primeiros Concílios Ecumênicos estabelecendo os fundamentos das verdades cristãs, a partir da Trindade e dos dogmas cristológicos... Quantas lutas para definir o Credo da Igreja!
O escândalo do desenvolvimento da doutrina esconde um problema de fé. Uma Lei intocável e que que não muda dá segurança e poder, e dessa forma consegue-se controlar os comportamentos religiosos e até manipular as exigências divinas. Uma Lei que muda, tira esse nosso poder e o coloca nas mãos de um Outro. Esta foi a grande batalha de Jesus com os fariseus. Jesus se colocou como Lei viva, enquanto os fariseus queriam uma Lei escrita que pudessem controlar e manipular.
Se a Lei é viva nos força a mudar. Isto não agrada aos neo-conservadores e tradicionalistas da Igreja que querem que tudo continue como era. A lei do amor, no entanto, nos move a um contínuo êxodo, um sair de nós mesmos, um contínuo progredir no conhecimento da verdade e do amor.
Para os saudosistas que contrapõe Bento XVI e João Paulo II ao Papa Francisco, podemos recordar estas reconfortantes palavras: "Não tenhais medo de construir a vida na Igreja e com a Igreja! Tenham orgulho de amor por Pedro e pela Igreja que lhe foi confiada. Não se deixem enganar por aqueles que querem opor Cristo à Igreja!
O magistério nunca deve ser usado nem instrumentalizado para negar o desenvolvimento da doutrina. Quando se instrumentaliza o magistério, não há o desejo de viver a verdade nem o amor. E quem se escandaliza com o desenvolvimento saudável da doutrina provavelmente também faria o mesmo diante da pessoa e da proposta de Jesus...
Certíssimo! Vivemos num mundo onde a velocidade das transformações mudam-se em fração de segundo. Na era da pedra acendiam fogo pelo método da fricção Hoje temos de atualizar nossos conceitos e não valores. A ciência e a religião são complementares. Porém, a barbaridade deve ser rejeitada. O amor supera o ódio. Perdoar setenta vezes sete. Deus quer misericórdia e não sacrifício.
ResponderExcluirSobre "amanhã quem sabe será o das diaconisas na santa Igreja Católica...".
ResponderExcluir"Um bispo emérito que liderou a maior diocese territorial do Brasil durante 34 anos disse esperar que o Sínodo especial de 2019 para a região panamazônica leve à ordenação de homens casados ao sacerdócio e de mulheres ao diaconato permanente."
"Estes “ministros ordenados localmente” – Lobinger diz ser importante não chamá-los de padres, muito embora envolveria exatamente os mesmos sacramentos da ordenação sacerdotal – constituiriam, com efeito, um sacerdócio paralelo, complementar à norma existente no Rito Latino de um sacerdote celibatário, formado em seminário, enviado por seu bispo a paróquias ou missões diferentes."
Aguardemos o próximo escândalo!
Refutar o argumento de quem mostrou a contradição entre as escrituras, a tradição e o magistério ninguém quer. A Evolução da doutrina nunca entra em contradição. Não dá pra passar por cima da lei como um monarca absoluto. Sugiro que o reverendíssimo padre leia esse artigo do dom total
ResponderExcluirhttp://domtotal.com/noticia/1199732/2017/10/as-observacoes-do-papa-sobre-a-pena-de-morte-precisam-ser-esclarecidas/