Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura... (Lc 2,16)
1º de janeiro é uma data carregada de conotações profundamente humanas: início de um novo ano, encontro dos pastores com o Menino Jesus, maternidade divina de Maria, dia Mundial da Paz... O começo do ano nos convida à gratidão.
Talvez alguns se perguntem: para onde vai nosso mundo, surpreendidos e preocupados pelo crescimento de fenômenos desconcertantes: desastres ambientais, líderes populistas e intolerantes, corruptos e corrompidos, conflitos, rupturas, escândalos... Vivemos um momento de transição ou o colapso de uma civilização, uma crise global nos envolve localmente. Como o povo hebreu, vivemos um novo tempo de “exílio”.
Pois bem, nessas circunstâncias complexas o otimismo faz parte do nosso DNA. Cremos num Deus que se encarnou no simples e pequeno, e que realiza todas as suas promessas. Somos gente carregada de esperança, pois cremos n’Aquele que faz tudo novo.
A Igreja faz coincidir o primeiro dia do ano civil com a festa de Santa Maria, Mãe de Deus. Desde o século IV, a Igreja, depois de celebrar solenemente o Nascimento do Salvador, nos motiva a começar o ano sob a proteção maternal de Maria.
Também é o Dia Mundial da Paz. Vivemos cercados por conflitos e violências entre nações, pessoas e religiões. Os medos dos diferentes aumentam as distâncias, criam muros e dão uma falsa sensação de segurança e paz. Nunca se investiu tanto em segurança e, no entanto, a cultura da paz está cada vez mais esvaziada.
A paz será sempre consequência de relações verdadeiramente humanas, entre nós. Se não conseguimos uma harmonia interior, se não descobrimos nosso verdadeiro ser e o assumimos como realidade fundamental, nem teremos paz nem a podemos levar aos outros.
É preciso, como os pastores, entrar na Gruta interior para encontrar Aquele que é o Príncipe da Paz.
Ah!, se recuperássemos o sentido do “shalom” judaico! Nessa palavra se encontra condensado todo o significado verdadeiro da paz. Que Deus conceda a cada um tudo o que necessita para ser autenticamente humano, incluído bens materiais e espirituais. A paz pertence à plenitude, à completude, enquanto a violência é falta e carência.
Este é o desafio diante do Novo Ano que se inicia: construir “ambientes de paz”. Nosso coração foi feito para a paz e anseia a convivência harmoniosa com Deus, com o cosmos e com os nossos semelhantes. É um processo interminável.
Feliz Ano NOVO cheio de PAZ para todos...
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