A notícia já é velha, do ano de 2015, embora para alguns de nós seja ainda nova e chocante.
Numa comunidade católica belga, orientada por um padre capuchinho, a homossexualidade é tratada de modo tranquilo e positivo, como um dos modos de viver e expressar a própria afetividade e sexualidade. Falar bem dos homo-afetivos é bem-dizer.
Pois bem, essa comunidade aceita serenamente que gays e lésbicas vivam seus relacionamentos afetivos conforme sua orientação sexual. Os homossexuais, como os hétero, sofrem desafios nos seus relacionamentos afetivos (atração ou rejeição), e devem encarar realisticamente suas fantasias e ilusões com seus parceiros. Alguns héteros e gays não superam positivamente esta primeira provação, e rompem facilmente seus relacionamentos. Viver o encantamento da alteridade é um desafio continuo, agravado nos gays (ou lésbicas) pela homofobia circundante.
As Parada Gay, diz este padre, são uma `celebração´ popular desse sentimento escondido, e pouco mostrado. A Parada Gay não é uma `provocação´ malévola, mas uma `pró-vocação´ da orientação sexual dada pelo Criador às suas criaturas. Um estalo da alegria por ser cada um como é! Deus viu o que tinha Criado e viu que era bom.
Eis a homilia numa celebração e bênção de um casal gay:
Queridos! Estou feliz por hoje estar aqui com vocês, com suas famílias e os seus amigos e amigas. Todos estamos felizes pelo testemunho público do vosso amor.
Não é fácil viver com entusiasmo quando na escola, no trabalho e mesmo na igreja as pessoas caçoaram de vossa realidade. Vocês fizeram um boa caminhada e decidiram agora morar juntos. Deus e nós todos, aqui presentes, nos alegramos e abençoamos esse vosso amor.
Vocês superaram muitos obstáculos, e venceram. E nós somos testemunhas dessa grande vitória! Oxalá todos pudessem sempre encontrar na Igreja, uma mãe que os acolha, aconchega e ajude na sua caminhada.
Com razão a gente se chateia quando encontramos certas incompreensões vindas de católicos praticantes, e até mesmo de padres! Que eu saiba, Jesus nunca falou contra a homossexualidade, embora naquela cultura da palestina houvesse também comportamentos afetivos diferenciados, como parece narrar Mateus (Mt 8, 1-10).
Jesus quer que todos se sintam amados e acolhidos por Deus. Todo amor humano, também o homossexual, procede do amor de Deus. E quem exclui um irmão ou uma irmã pela orientação homo-afetiva de sua vida, não entendeu bem que Deus é Pai/mãe de todos, e nos ama assim como somos.
Esta celebração é também uma bênção (bendizer é dizer bem...) de vosso amor e caminhada. Não é um matrimônio sacramental, mas uma celebração fraterna da união de duas pessoas que se amam. Todo amor é belo e Deus o abençoa. Juntos queremos construir uma sociedade melhor, onde caibamos todos sem discriminação alguma.
A seguir foi lido Rm 8, 31-39: E se Deus é por nós, quem poderá nos separa do amor de Cristo? Nada nem ninguém. Poderemos passar por períodos de escuridão, mas não sucumbiremos porque o Senhor está conosco. Hoje é um dia de alegria. Alegria de eu celebrar em nome de Deus Pai/Mãe o vosso amor. Alegria de vossas famílias e amigos... Estamos aqui para apoiar sempre este caminho que juntos realizais com amor.
E rezamos por vocês, para que sejais sempre mais livres e felizes...
Deus vos abençoe!
PD. Alguns psicólogos dizem que o amor homossexual não realiza a pessoa humana, daí sua frequente infidelidade e promiscuidade...
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