Semana Santa em Xerém...


Alguém me disse: Escreva como se sentiu na Semana Santa da ACVM em Xerém... Bem, eu me senti muito perto de Deus.

Quando Sobrinho me chama para ajudá-lo religiosamente em alguma das suas atividades, procuro responder positivamente, pois estou certo que Deus se apresentará de modo misterioso e rompedor de toda zona mental de conforto. 

Confira você mesmo. Quando vou, além do serviço religioso que devo fazer, encontro sempre algum fato extraordinário que mexe profundamente com a minha existência... Algum exemplo? Você casaria com uma mulher cadeirante, tetraplégica e que mal consegue falar? Lá estava um casal, 23 anos juntos e com um filho na faculdade, nessas condições. O marido tem que fazer de tudo: comida, limpar a casa, dar banho nela, vesti-la e dar-lhe de comer... E isso, desde que casaram! E, pareciam ainda dois pombinhos. 

E como você reagiria se alguém lhe dissesse que entre os participantes tinha uma pessoa, em situação de rua (sempre drogado), e que dormia no cemitério (por ser um lugar tranquilo...), e quando tinha fome comia carne humana? Terrível o grau de degradação! Pois também esse lá estava...

E na dinâmica no rio, onde eu já me encontrava de túnica e com água até a cintura, e todos, cantando, se aproximavam, um por um, para serem mergulhados por mim na morte e Ressurreição de Cristo. E muitos até vinham com lágrimas nos olhos... Também as crianças! 

E que dizer de uma avó jovem que ainda tem coragem de namorar, e tentar uma união estável?... E aquele jovem pobre, que não tem nada além do seu corpo, e pergunta: Padre gostar de homem é pecado?... 

Estar no meio dessa gente me faz sentir que todos estamos mergulhados no amor misericordioso de Deus-Pai.

Quando Sobrinho me chama, eu sinto o Senhor Jesus me convidando a ser mais parecido com Ele... Somos testemunhas de um crucificado!



Um comentário:

  1. Emocionante sua narrativa, pe. Ramón! Também fiquei com lágrimas nos olhos ao "mergulhar" no seu texto. Obrigada.

    ResponderExcluir