Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros...(Jo 13,35)
A revelação bíblica afirma que Deusé Criador e Senhor, e que envolve a sua criação com seu Amor. É um Deus ativo, fonte de vida, e realiza obras admiráveis e santas. Somos seres agraciados.Viemos de Deus e voltamos para Ele. N’Ele vivemos, nos movemos e existimos...
No princípio está o Amor e de suas entranhas tudo procede; cada criatura é um transbordamentodo amor de Deus. Tudo fala de Deus, tudorevela o seu Amor. No Amor tudo entra em movimento expansivo e aberto.
Jesus sempre deixou transparecer esse Amor do Pai. O amor de Jesus nunca teve fronteiras: envolve tudo, acolhe todos sem preconceitos ou distinções. Bem, e como amor de mãe ama mais o doente, até que sare;o que partiu, até que volte; ocansado, até que descanse, o faminto, até que se alimente; o desempregado, até que trabalhe; que me deixou, até que o reencontre...
Estamos vivendo o tempo Pascal e, com a ressurreição, o amor rompido renasce; o amor autocentrado privilegia os pequenos e distantes; com a ressurreição o amor oblativo move nossa vida. Quem assume a Vida de Deus será capaz de expandi-la em sua relação com os outros com um amor efetivo a todos os seres humanos.
O distintivo do cristão é o amor fraterno.Amor discreto, humilde, conhecedor de sua insuficiência; não é arrogante, nem faz alarde, e prefere as obras às palavras: o amor deve-se por mais em obras que em palavras...(Santo Inácio de Loyola).
O Amor é o distintivo dos seguidores de Jesus.Os outros reconhecerão que somos discípulos do Senhor se amar-nos os outros como irmãos. Temos insistindo demasiado no acidental, e esquecemos o principal:O Amor.O Reino se espalha por contágio, pois o “Amor é contagioso”.
Mas, vivemos tempos complexos onde amor e ódio andam juntos. Estamos nos acostumando a ver ódio e vingança como um espetáculo a mais. Precisamos resgatar a sacralidade do amor. O amor ágape se expressa justamente como impulso para o diferente, abertura a quem pensa, sente e ama de maneira diferente.
O mandamento do amorcontinua sendo tão “novo” que está ainda por ser vivido em sua plenitude. Isso não é só importante, mas essencial. Sem amor, não há vida cristã. Nietzsche chegou a dizer: “só houve um cristão, e esse morreu na cruz...”
Podemos amar e ser amados. Somos imagem de Deus, que é amor, e sonhamos viver a partir dessa realidade, cordialidade de braços que se estreitam, olhos que se compreendem e mãos que se enlaçam.
O amor tem muitos nomes, muitos rostos, muitas formas e expressões. É amizade, fé, paixão, enamoramento; é fraterno, filial, paterno/materno; é compaixão pelas vidas feridas ou inspiração por viver intensamente. É encontro, quietude ou tormenta. É aceitação incondicional e, ao mesmo tempo, fé nas possibilidades do outro. Amor é saber compartilhar; e também saber pedir ajuda àqueles a quem confiamos. É desfrutar da presença e encurtar distâncias. É celebrar juntos a vida e chorar juntos os golpes. Às vezes é sede, e outras vezes é manancial que sacia os desejos. É sinal que estamos vivos, e há ocasiões em que a vida é canto, e outras em que é luto.
O mandamento novo de Jesus: “que vos ameis uns aos outros, `como´ eu vos amei”.Quer dizer: “que deveis amar-vos porque eu os amei, e tanto como eu osamei”. Jesus é o cume das possibilidades humanas. Amar é a única maneira de ser plenamente humano. Amar como Deus ama.
A nova comunidade dos seus seguidores não se caracterizará por doutrinas, nem ritos, nem normas. O único distintivo deve ser o amor manifestado em suas ações. O amor é a vida mesma em seu estado de maturidade e plenitude.
0 comments:
Postar um comentário