Na história da Igreja aconteceram sempre algumas tensões e discrepâncias que ficaram registradas como propostas progressistas e proféticas ou reacionárias e fundamentalistas. Hoje assistimos mais a esta segunda onda neo-conservadora.
Os mais acadêmicos dos tradicionalistas achacam ao Papa argentino sua teologia latino-americana e proximidade com os pobres, bem diferente do fixissísmo do hemisfério Norte.
Há uma afirmação clássica de S. Tomás de Aquino quando diferencia a cátedra magisterial, própria dos professores das universidades e a cátedra pastoral, própria dos bispos e pastores da Igreja. Francisco é pastor, e como tal, sua teologia parte da realidade de injustiça, pobreza e destruição da natureza e também da realidade do clericalismo eclesial.
Falando mais claro? O que incomoda aos mais clericais e acomodados é a aproximação do Papa aos pobres e refugiados, sua insistência numa Igreja pobre e dos pobres, e com pastores com cheiro de ovelha, uma Igreja em saída... Molesta que diga que o clericalismo é a lepra da Igreja, e que enumere publicamente 14 tentações da Cúria vaticana (sentir-se imprescindíveis, desejo de pompa e riqueza, e o Alzheimer espiritual...). Alguns monsenhores se sentiram vergonhosamente denunciados!
Os que acusam o Papa de terceiro-mundista e comunista, devemos ainda acrescentar que seus gestos e palavras estão em perfeita continuidade com a tradição profética, bíblica e da doutrina social da Igreja. Francisco desperta alegria em uns e raiva nos outros. Ele não é água com açúcar...
O Papa Francisco atualizou o mandamento de não matar sendo contra a pena de morte, e defende sempre o valor da vida humana.
Alguns altos dignitários eclesiais europeus acostumados a uma vida fácil (Brandmuller, Muller, Viganò…), disseram que o Instrumentum laboris do próximo Sínodo sobre a Amazônia é herético e panteísta, mas silenciaram a denuncia profética que o Documento preparatório do Sínodo faz contra a destruição extrativista que se comete na Amazônia, causa da pobreza e exclusão dos povos originários, nunca antes tão ameaçados.
A oposição a Francisco é uma resistência ao que o Espírito Santo nos falou no Concílio Vaticano II, e que até agora ficou em banho-maria...
O Papa Francisco é maior do que qualquer um que o critica...
ResponderExcluirPensamento discordante não ajuda a reflexão?
ResponderExcluirPensamento único é o correto?
Acho que pensamento crítico não é de todo errado.
É porque a Igreja é monárquica que não é possível a discordância?
Estou tão confusa! (M. Duarte)
Excelente artigo. Vai direto ao ponto... (P. L. Junior)
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