Gabriel Malagrida nasceu na Itália e desde criança deu provas de grande inteligência e de uma espiritualidade mística. Depois de completar os seus estudos em Milão entrou na Companhia de Jesus, aos 22 anos de idade.
Veio cedo para o Maranhão, onde o designaram para pregar. Foi um grande missionário dos indígenas e caboclos. Sua vida está cheia de contratempos e perigos, e a narrativa de suas missões falam em vozes misteriosas que o avisavam e protegiam. Na vida deste homem tudo foram milagres e prodígios.
Veio cedo para o Maranhão, onde o designaram para pregar. Foi um grande missionário dos indígenas e caboclos. Sua vida está cheia de contratempos e perigos, e a narrativa de suas missões falam em vozes misteriosas que o avisavam e protegiam. Na vida deste homem tudo foram milagres e prodígios.
Malagrida julgava-se favorito do céu, e
não estava errado. Em 1727, por ordem dos superiores, voltou ao Maranhão para
reger no colégio dos jesuítas a cadeira de letras, mas logo, um ano depois, voltou às
aldeias indígenas conseguindo a pacificação dos Barbados, uma das tribos mais ferozes
do interior, e entre os quais fundou uma missão.
Em 1749 viajou para a Europa, com a
fama de santo e taumaturgo, tentando conseguir dotações para os vários conventos e
seminários que ele fundara. Naquele tempo, Dom João V estava muito doente, e
acolheu de braços abertos o santo jesuíta; fez-lhe todas as concessões que Malagrida desejava. Gabriel Malagrida assistiu
o monarca em seus últimos momentos.
Em 1751, Malagrida voltou ao Brasil,
mas não foi bem recebido no Pará, onde governava o irmão do Marquês de
Pombal. A Rainha Maria Ana de Áustria, viúva de Dom João V mandou chamar Malagrida para Lisboa,
mas quando ele chegou já encontrou no poder o poderoso désposta Marquês de Pombal, que se propusera regenerar Portugal.
O Marquês de Pombal não
se importou com aquele jesuíta santo, enquanto não contrariasse os seus
projetos, mas o conflito foi inevitável.
O terrível terremoto
de 1755, encontrou Malagrida em Lisboa. Aquela catástrofe ocasionou um terror
imenso na população da capital. Pombal mandou publicar um folheto,
em que explicava as causas naturais dos terremotos, e assim desviava a crença perigosa para o seu governo de que fora um castigo divino. O Pe. Malagrida reagiu indignado escrevendo outro folheto intitulado: Juízo da verdadeira
causa do terremoto que padeceu a corte de Lisboa no 1º/NOV/1755. No folheto, Malagrida dizia que o terremoto fora castigo de
Deus!
O marquês de Pombal
não permitiu semelhante contrariedade. Mandou queimar os folhetos de Malagrida,
e o desterrou para Setúbal, em 1756. O jesuíta imaginava que, com o seu
prestígio de taumaturgo, podia lutar contra a vontade do Marquês, e de Setúbal
escreveu mais uma carta ameaçadora, e que depois do atentado dos Távoras, 3/DEZ/1758, teve consequências pêssimas para Malagrida. Ele teve que enfrentar a Inquisição!
Malagrida foi preso e transferido para
o colégio dos jesuítas, em Lisboa. Mas, no início do ano de 1759, foi considerado réu
de lesa-majestade, sendo transferido para as prisões do Estado. Malagrida foi sumariamente condenado à pena de garrote e da fogueira,
realizando-se o seu martírio no auto da fé de 21/SET/1761. Ao excesso de absurdo, juntou-se o excesso de horror.
250 anos já se passaram e nem Pombal e nem o fogo da Inquisição conseguiram
calar a voz de este grande profeta do Sertão...
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