As parábolas deste domingo, condensam toda a história de nossa
salvação, pois elas
contam a história do amor de Deus para com a humanidade. Estas parábolas devem
ser incessantemente escutadas e contempladas por todos nós. Elas narram nossa
vida, nossa história, nossos caminhos. São,
na verdade, “parábolas dos perdidos”.
As
três parábolas expressam dois temas vinculados entre si: a misericórdia
e o perdão, e a alegria do encontro. Vivemos banhados pela misericórdia de Deus.
O
Evangelho que Jesus proclama com palavras e ações é a Boa Nova da salvação para
os perdidos. O que escandalizava os
destinatários, não era a conduta dos pecadores, mas a conduta do próprio Jesus com relação a eles. O comportamento
de Jesus é uma “parábola viva” do comportamento de Deus com os pecadores.
Os
escribas e fariseus não suportavam que Jesus proclamasse o Deus que acolhe a
todos, e tem um carinho especial pelos perdidos. Esse Deus “desconcertante” e
“escandaloso” era totalmente incompatível com o “legalismo” dos escribas e
fariseus.
As
três parábolas revelam um Deus cheio de ternura e que vai ao encontro dos
perdidos, libertando-os do seu isolamento, e que exulta de alegria ao reencontrá-los.
As
parábolas permitem também fazer uma leitura em “chave de interioridade”: o que está perdido, rejeitado, escondido
dentro de mim”?
O restaurador
de obras de arte não volta a pintar de novo a obra em questão. Nem sequer
refazê-la com outras cores. Ele limpa com delicadeza e paciência cada detalhe com
a única pretensão de trazer de novo à
luz o mais original da obra. Isto é o que Deus faz conosco, através de sua
misericórdia. Deus age para que venha à luz o mais original que há em nós.
Somos filhos(as) de um Deus que é todo bondade e amor.
O
que considerávamos “perdido” (fragilidades, feridas, fracassos, crises...) tem
algo a nos revelar. Nada deve ser rejeitado, mas acolhido na nossa história de
vida. Acolher e integrar tudo o que é humano é a condição para a
verdadeira experiência de Deus.
O encontro com o que está perdido é uma
oportunidade para nos lançarmos nos braços de Deus. Ele nos procura através de
nossos fracassos, de nossas feridas, de nossas limitações...
O caminho para a integração e
alegria interior passa pela acolhida de aquilo que foi rejeitado, reprimido e excluído dentro de nós.
Lucas nos mostra que é exatamente em nossas feridas onde Deus
encontra mais facilidade para entrar em nossas vidas e reconstruir nossa
identidade verdadeira. Lá onde fomos
feridos e quebramos, aí sentimos mais o amor de Deus.
O que Deus deseja nos revelar por meio
daquilo que está “perdido” em nós? Seu
AMOR!
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