A Sala onde acontece o Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia está lotada com mais de 250 participantes. Convocado pelo Papa Francisco, SET/2017, tem gerado mais interesse do que se esperava.
O caminho de um sínodo é longo e complexo e começa quando o Papa torna pública a sua convocação, anunciando seu tema e data. Desde então, a Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos coordena os diversos processos sinodais. O conselho pré-sinodal da assembleia sobre a Amazônia é formado por 18 pessoas nomeadas pelo Papa, das quais 12 atuam na região amazônica.
O primeiro texto publicado são os `lineamenta´, ou documento preparatório que aponta alguns caminhos sobre o tema para escutar o Povo de Deus, e que a Secretaria Geral do Sínodo recebe em mãos.
Meses antes do sínodo, o Papa nomeia o Relator geral, que geralmente é um cardeal, e neste caso D. Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo. Durante a assembleia, ele coordena a discussão sobre o tema e a elaboração do documento final do sínodo. Dois secretários especiais assistem o relator geral em suas funções.
O Instrumentum laboris, ou documento de trabalho surge desta sistematização das contribuições recebidas. É um documento `mártir`, um ponto de partida, um texto que serve para ser discutido.
Quem preside a assembleia sinodal é o Papa Francisco, porém, quem exerce a presidência em seu nome são os Presidentes delegados nomeados alguns meses ou semanas antes do Sínodo. São geralmente quatro, todos cardeais.
Mais perto do Sínodo, a Santa Sé apresenta a relação geral dos participantes da assembleia. Membros de pleno direito são os bispos da Região Amazônica e outros nomeados diretamente pelo Papa. Eles são chamados de Padres sinodais.
Além dos padres sinodais, são convidados também alguns peritos, especialistas no tema. Há também os auditores, pessoas ligadas ao tema do Sínodo, delegados fraternos, representantes de outras Igrejas cristãs; e outros convidados especiais. Todos eles têm voz, mas não voto no documento final. Só os Padres sinodais votam.
Todos os bispos da região amazônica dos 8 países envolvidos participam por direito, mais os presidentes das sete conferências episcopais relacionados com o território e os membros do conselho pré-sinodal. A União dos Superiores Gerais elege 15 religiosos que atuam na Amazônia. O Papa pode ainda nomear outros Padres sinodais, desde que não superem 15% do total. Como auditores, participam leigos e leigas da região.
A celebração da assembleia sinodal é o ponto alto deste percurso e costuma durar de duas a três semanas, no caso da Amazônia do dia 6 a 27/OUT.
Os membros do Sínodo falam do próprio lugar, 3 ou 4 min., pois o braço das poltronas tem um microfone embutido, além dos comandos para a votação.
Há também Círculos menores, grupos de trabalho, organizados por idiomas.
Os últimos dias da assembleia são dedicados à votação do documento final quando
parágrafo por parágrafo são votados segundo placet (aprovo), non placet (não aprovo), abstineo (abstenção) e placet iuxta modum (aprovo com ressalvas).
Por fim, o documento final do Sínodo, elaborado por uma comissão presidida pelo relator geral da assembleia. O texto recolhe os tópicos aprovados pelos padres sinodais. O texto é tido como parte do magistério pontifício.
A Secretaria Geral tem a tarefa de colaborar na implementação das orientações resultantes do Sínodo. Após o Sínodo, o Papa costuma publicar uma exortação apostólica pós-sinodal. Os últimos documentos desse tipo são as exortações Christus vivit (2019), sobre a juventude, e Amoris laetitia (2016), sobre o casamento e a família.
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