Receio que os `xiítas´ da igreja, após o último Sínodo, se agitem com mais força contra o Papa Francisco que busca seguir honestamente a novidade do Espírito na Igreja.
No Sínodo da Pan-amazônia a mulher foi reconhecida em seus direitos e dignidade como filha de Deus, comparável ao próprio homem, o que até agora não acontecia, pois foram submetidas no campo eclesial pelo clericalismo e machismo dominante.
Mas, sejamos sinceros: O que seria de nossas comunidades de fé sem as mulheres? Se não fosse por elas muitas de nossas comunidades não existiriam. Elas fazem de tudo, abrem e fecham as portas de igreja, organizam a liturgia e preparam os papeis de diversos sacramentos.
São Paulo, Rm 16,1 e 1Tm 3,11, fala da existência de `diaconisas´ nas primeiras comunidades cristãs. E o Sínodo acaba de pedir ao Papa que institua este ministério feminino na igreja.
Se até agora o Papa Francisco foi atacado frontalmente pela estrema direita `católica´, após o Sínodo da Amazônia alguns cardeais, bispos, clérigos e leigos estarão preparando suas máquinas de guerra contra o Papa, e em defesa da pureza de uma Igreja mumificada pelo tempo.
É uma luta antiga. Quando estudava teologia em Roma, 1971, já nos precaviam para responder aos examinadores da poderosa Cúria Romana que as benditas diaconisas do NT eram as esposas dos diáconos. E assim nos perguntavam e assim respondíamos.
Mas, para exegetas sérios o termo διάκονοι foi igualmente referido a homens e mulheres, servidores ou servidoras nas comunidades.
A `διακονία´ é um serviço que tem uma ampla variedade de significados: servir à mesa, cuidar de alguém caridosamente, serviço apostólico e missionário, proclamadores da Palavra, serviços comunitários, à maneira de Jesus, o grande servidor. Os primeiros cristãos, sem dúvida influenciados por Paulo, entenderam que a Páscoa de Jesus foi o grande serviço à humanidade.
Os serviços no cristianismo primitivo eram ministérios de caridade aos necessitados e pobres. Com o tempo, os esses ministérios se corromperam e se tornaram de poder, distanciando-se do Evangelho a quem deveriam servir.
Portanto, os que são contra as `diaconisas´ apelando para a tradição da Igreja ignoram descaradamente os textos paulinos.
Precisamos sair desse ostracismo medieval e do clericalismo que engessavam a mulher na desigualdade de direitos e obrigações. Jesus com a sua Páscoa derrubou toda divisão entre homem e mulher, judeu e pagão. Nas comunidades todos somos servidores de todos.
A implementação desta proposta depende da anuência do Papa.
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