Naquela região, havia uns pastores que passavam a noite nos campos... e a glória do Senhor os envolveu em luz... (Lc 2, 8-9)
O evento do Nascimento de Jesus, o anúncio deste acontecimento acontecem na noite. Na noite irrompe a luz, no silêncio ressoam o canto e na gruta surge a Vida. A luz daquela noite ilumina tudo. Contemplando esta noite, o coração se alarga, os braços se abrem, os olhos se aquecem reconhecendo Àquele que, como criança, veio ao nosso encontro.
Na noite, o Senhor da História se faz história, o divino se faz humano, o Silêncio torna-se Palavra e o Verbo se faz Criança. Os pastores, após o encontro com o Menino, retornam aos seus lugares iluminados e pacificados. Eles agora são criaturas novas.
Sobre o Menino se inclina sua Mãe, em silêncio: o Amor não precisa de palavras para ser acolhido. Natal é a irrupção da Luz. Mas, em torno ao Menino Jesus, movem-se personagens obscuros que o rejeitarão mais tarde. Mas, uma vez que a Luz do Menino nos toca, iluminando nosso lado sombrio, já não podemos retornar aos nossos lugares do mesmo modo. Deus provoca um “deslocamento” geográfico, social, religioso...
O Senhor vem! Os simples, os pobres, os excluídos são os privilegiados deste evento. Em palavras de Efrém de Nísive (séc. IV): o Grande se fez pequeno, o Silencioso se tornou Palavra, o Senhor se transformou em servo, e o Sentinela permaneceu adormecido sobre um presépio... Precisamos cultivar olhos que vejam a realidade, mas também de contemplar a presença da Luz.
Nosso mundo está envolvido em muitas trevas (intolerâncias, violências, preconceitos...) mas, no meio delas, permanece acesa uma luz de humanismo e de esperança. S. João, no prólogo do seu evangelho afirma que as trevas não conseguiram apagar a Luz.
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