O livro: `Os jesuítas. Do Vaticano II ao Papa Francisco´, do historiador italiano Gianni La Bella e publicado pelo Grupo de Comunicação Loyola, com o selo do Mensajero, reconstrói as principais vicissitudes que determinaram a gênese e o desenvolvimento de um processo complexo de "refundação" da Ordem, promovida pelo Concílio Vaticano II (1962-1965). Período abençoado que transformou, em parte, a identidade da Companhia de Jesus. Somos servidores da missão de Cristo!
O autor aborda com paixão e maestria o período dirigido pelo Pe. Pedro Arrupe (1965-1983) e Pe. Peter-Hans Kolvenbach (1983-2008), como etapas cruciais da refundação da Companhia, e os mais recentes generalados do Pe. Adolfo Nicolás (2008-2016) até o atual Pe. Arturo Sosa (2018)
O autor aborda com paixão e maestria o período dirigido pelo Pe. Pedro Arrupe (1965-1983) e Pe. Peter-Hans Kolvenbach (1983-2008), como etapas cruciais da refundação da Companhia, e os mais recentes generalados do Pe. Adolfo Nicolás (2008-2016) até o atual Pe. Arturo Sosa (2018)
É a primeira "história global" do que a maioria dos historiadores reconhecem como a configuração de uma "Terceira Companhia", mais parecida com aquela primeira dos nossos fundadores.
O autor recolhe com rigor o período crucial pós Vaticano II, dirigido com maestria pelos Padre Geral Pedro Arrupe (1965-1983), seguido pelo Pe. Peter-Hans Kolvenbach (1983-2008). Aborda a consolidação experimentada no tempo do Pe. Adolfo Nicolás (2008-2016), quando o primeiro jesuíta, Jorge Bergoglio, foi proclamado Papa, até Arturo Sosa (2018). Um argentino como Papa e um venezuelano como Padre Geral.
Gianni La Bella, professor de História Contemporânea da Università degli Studi de Modena e Reggio Emilia, aborda esse processo de atualização como se fosse o prisma do qual as páginas da Igreja moderna e contemporânea e da sociedade civil possam ser lidas. Uma história de transformação sempre fiel ao espírito inaciano, mas de uma fidelidade criativa, às origens, mas também ao futuro.
O historiador não evita questões delicadas, feridas da Companhia, como a intervenção do Papa João Paulo II, na última etapa do generalato do padre Arrupe ou os debates internos causados pelos movimentos de mudança. Ele ainda oferece novos dados fornecidos por seu guia jesuíta, o historiador Pe. Urbano Valero, SJ, falecido recentemente em Salamanca. Ele ressalta que o Papa Bento XVI também estudou a possibilidade de uma nova intervenção na Companhia de Jesus que Kolvenbach enfrentou e conseguiu parar.
A figura de Arrupe neste livro é crucial. E se o Vaticano II exigiu atualizações, foi ele quem as encarou com uma profunda espiritualidade e rica sensibilidade cultural e intelectual. Esses valores inspiraram a renovação de ideais, visão, cultura e até a espiritualidade da ordem. Para a maioria dos jesuítas, Arrupe foi o segundo fundador. Eleito Padre Geral na Congregação Geral XXXI, 1965, permaneceu no cargo até 1983. Nesse período, começou a transformação de que na CG XXXII será endossado como decreto sobre a relação de fé e justiça. O elo entre evangelização e promoção da justiça, entre serviço à Igreja e ao homem, realidades indissolúveis que convida a transformar o mundo, tornando-o um lugar mais habitável.
Bella descreve esse debate interno e o grande número de mortes violentas sofridas pelos jesuítas, resultado do cumprimento de sua missão em meados da década de 1970, como elementos que compõem esta nova empresa. Após a morte do Pe. Rutilio Grande, 1977, Arrupe escrevia: “Estes são os jesuítas que o mundo e a Igreja precisam hoje. Homens empurrados pelo amor de Cristo, que servem a seus irmãos independentemente da classe. Homens que sabem se identificar com aqueles que sofrem, que vivem com eles até que deem suas vidas para ajudá-los. Homens corajosos que sabem defender os direitos humanos, até o sacrifício da vida, se necessário”.
O autor descreve o último estágio de Arrupe, vítima de uma hemorragia cerebral sofrida em 1981, com a qual teve de guiar a Companhia de Jesus, até 1983. Período difícil com um relacionamento delicado com o Papa João Paulo II, e vive sua crise máxima com a intervenção na Ordem religiosa em 1981, com a nomeação do Pe. Paolo Dezza, como seu delegado pessoal, com a tarefa de supervisionar a governança da Companhia, até a eleição do novo Padre Geral, Kolvenbach.
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