Deus não provoca, nem "permite", nem pode parar uma pandemia com um "passe de mágica"...
Nesta pandemia do coronavírus, já me deparei com interpretações que me deram calafrios. Em síntese, a pandemia é castigo de Deus pelos nossos pecado, ou "permissão" de Deus para testar a nossa pouca fé... Assim, caímos no velho dilema: se Deus é onipotente, pode evitar o sofrimento de uma pandemia. Mas, se ainda não a evitou, então ou Ele não é onipotente ou não é bom... Esse não é o Deus de Jesus de Nazaré.
Deus é Amor, e Jesus o chamava surpreendentemente de "Papaizinho", "Abbá". O Papa João Paulo I (1912-1978) chegou a dizer que "Deus é nosso papai; mais ainda, é mãe". A onipotência se Deus se revela precisamente no amor.
Deus não é sádico. Essa "teologia" é doentia, nem um pouco humana e muito menos divina. A pergunta não é "onde está Deus diante da pandemia?" ou "por que Deus permitiu a pandemia?". São perguntas injustas com um Deus-Amor. Ao contrário, a pergunta deve ser: onde estamos nós diante desta pandemia? E o que posso fazer para diminuir suas consequências? Na cidade onde moro, Indaiatuba/SP, vi um dentista como voluntário na equipe de vacinação e a 1ª dama fazendo de motorista...
Há inúmeras causas biológicas que podem explicar a pandemia, mas também há outras causas de ordem social, política, econômica que a provocam ou a mantém. Pecados sociais e estruturais multiplicam a atual situação. E as respostas que estamos dando continuam revelando nosso egoísmo e omissão. Salve-se quem puder!
Deus, neste momento, sofre especialmente com os mais frágeis e impotentes diante da Covid-19, dando-lhes ânimo e ternura. Deus chora e grita com eles pelas fracas estruturas sociais, políticas e econômicas que impeçam a propagação do tal vírus.
Deus, em seu amor onipotente, não provoca, nem "permite", nem pode parar uma pandemia com um "passe de mágica". A onipotência de Deus encontra limites diante da estupidez humana e da nossa irresponsabilidade.
A "culpa" não é de Deus. Diante do mistério do mal precisamos silenciar, e deixar a onda passar. Reconhecer sempre com fé que Eles está sempre no meio de nós, mesmo nas situações mais paradoxais.
Deus é bom! Deus é Pai! Deus é Santo! Deus é amor...
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