Era uma ilusão pensar “que continuaríamos sempre saudáveis num mundo doente”. No momento de sofrimento e medo, quando o mundo caiu de joelhos pela pandemia do Corona vírus, surge uma pequena esperança: Temos que mudar nosso modo de ser e viver.
Na nossa avidez pelo lucro destroçamos a terra, os mares e até a fraternidade humana. Deixamo-nos absorver pelas coisas e transtornamos nossos relacionamentos. Nada nos deteve, nem a vida nem a morte. Não ouvimos o grito dos pobres e dos marginalizados que foram caindo ao nosso lado. Avançamos, destemidos, pensando que continuaríamos saudáveis num mundo doente.
Há semanas, parece que tudo ruiu. Densas trevas cobriram as nossas praças, ruas e cidades, enchendo tudo de um silêncio ensurdecedor e de um vazio desolador… Cadê as crianças brincando e gritando?
Enquanto se questiona o atual modo de vida cada um por si e Deus por todos, percebemos que sozinhos pouco podemos e até afundamos.
A tempestade que caiu sobre a humanidade desmascara a nossa vulnerabilidade e deixa a descoberto as falsas seguranças com que construímos os nossos programas e prioridades.
Deus interpela-nos e, no meio da tempestade, convida-nos a ativar a solidariedade e a esperança.
Quantos estão arriscando suas vidas neste momento: Médicos, enfermeiros, funcionários de supermercados e farmácias, pessoal da limpeza, transportadores, forças policiais, voluntários, sacerdotes, religiosas e muitos outros que compreenderam que ninguém se salva sozinho.
Nunca vivemos tamanha desordem. As pragas do Egito ficaram muito longe e também as pestes da idade média. A mãe natureza agradece pelo descanso que lhe deram nesta quarentena. Descanso e recuperação. Mares mais límpidos e atmosfera mais pura. Até os animais silvestres saíram mais amigos de suas tocas. E isso em âmbito mundial.
E no meio, as mortes pelo Covid-19 continuam nos assustando, pois não distinguem raças, classes sociais nem religião.
O mundo está doente, e quem viver precisará ser de outro modo.
A natureza mandou já o seu recado...
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