“Os muros que nos dividem podem ser superados se estivermos prontos a ouvir uns dos outros.Precisamos harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber dos outros”. (Papa Francisco – Mensagem para o dia das comunicações)
Todos já vimos um invento recreativo para crianças, composto de um globo inflável que flutua sobre a água; ali elas são introduzidas, e ficam se movendo prazerosamente. Tal invento evoca um comportamento frequente nos cristãos de hoje: vivemos fechados num reduzido microcosmo. Esse pequeno globo enclausura as pessoas em um mundo muito definido de sucesso, vaidade e dinheiro...
Como seguidores de Jesus, podemos perguntar se há algo além da bolha. Despertar o próprio “eu profundo”, e descobrir-se como habitante de um universo espaçoso, onde nem escassez ou riqueza, saúde ou enfermidade, vida curta ou longa é o mais essencial, mais a consciência de sermos filhos de Deus e irmãos de todos.
Deixe-se surpreender pelo Deus da vida que rompe esquemas, legalismos e `bolhas´...
Os muros estão voltando à moda. Eles foram criados para segregar os excluídos. Muros são pedras no sapato dos poetas... Muros entre ricos e pobres, homens e mulheres, ignorantes e doutores, negros e brancos, centro e periferia. Os muros matam qualquer possibilidade de encontro.
O seguimento de Jesus implica romper a bolha que asfixia a vida e derrubar os muros que cercam e atrofiam a própria existência. Nada mais contrário ao espírito cristão que uma vida instalada e uma existência estabilizada...
Se quisermos que a vida cristã tenha a marca do Ressuscitado é necessário que ela saia da reclusão do próprio mundinho para entrar na grande “casa” de Deus; deixe a “margem conhecida”para vislumbrar o “outro lado”; “saia de si” para abrir-se aos encontros inspiradores... As respostas do passado provavelmente já não satisfazem nem movem os corações num mundo repleto de desafios.
O ser humano “pós-moderno” perdeu o horizonte, o Oriente, e se encontra `des-orientado´: “De onde venho? Quem sou? Para onde vou? O que devo fazer?” Vivemos isolados, vazios e sem sentido.
Há situações que desumanizam e rompem nosso ser criatural. Miséria, violência, corrupção, degradação... inquieta e escandaliza. Tudo se torna `normal´, `líquido´, apático e descartável...
A cultura do encontro não é um evento, mas um modo de ser e uma atitude de base. Quem cria espaço para o encontro mostra-se seguro e sereno, fraterno e solidário.
Viver a cultura do encontro é desenvolver a capacidade de contemplação, de compaixão e de assombro digerindo os valores encontrados.
PARA ORAR: Jr 5, 21-29 (humanidade pecadora); Gn 3 (a desobediência original); Is 59,1-14(pecado como abismo); Is 65,17-25 (novos céus, nova terra).
NB. Faça a Revisão da oração anotando no seu caderno o mais significativo.
Derrubar os muros interiores da prepotência para ir de encontro ao outro.
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