Papa no Angelus: como Jesus, ter a coragem de transgredir por amor...


Num domingo de sol e muito frio em Roma o Papa comentou o Evangelho do 6º DTC, que narra a cura de Jesus a um leproso. Francisco identificou duas “transgressões”: o leproso se aproxima de Jesus e Jesus que o toca para curá-lo.

 

A 1ª transgressão é a do leproso: naquele tempo, eram considerados impuros e eram excluídos da vida social, não podiam por exemplo entrar na sinagoga. A doença era considerada um castigo divino, mas, em Jesus, ele pode ver outra face de Deus: não o Deus que castiga, mas o Pai da compaixão e do amor, que nos liberta do pecado e jamais nos exclui da sua misericórdia. “A atitude de Jesus o atrai, o leva a sair de si mesmo e a confiar a Ele a sua história dolorosa”, comentou Francisco.

 

“Permitam-me aqui um pensamento a muitos bons sacerdotes confessores que têm esta atitude: atrair as pessoas que se sentem aniquiladas pelos seus pecados com ternura a compaixão... Confessores que não estão com o chicote nas mãos, mas recebem, ouvem e dizem que Deus é bom, que Deus perdoa sempre, que jamais se cansa de perdoar.” (As pessoas aplaudem)

 

2ª transgressão é a de Jesus: enquanto a Lei proibia de tocar os leprosos, Ele se comove, estende a mão e o toca para curá-lo. Tocar com amor significa estabelecer uma relação, envolver-se na vida do outro a ponto de compartilhar inclusive as suas feridas. Deus não é indiferente, e não mantém a “distância de segurança”; pelo contrário, se aproxima e toca a nossa vida para curá-la.

 

Hoje muitas pessoas ainda sofrem com esta doença, e outras que vêm acompanhadas de preconceitos sociais e até mesmo religiosos. Deus se contamina com nossa humanidade ferida.

 

Deus é Aquele que se “contamina” com a nossa humanidade ferida e não tem medo de entrar em contato com as nossas chagas.

 

Costumes sociais, reputação e egoísmos nos levam muitas vezes a disfarçar a nossa dor e impedir de nos envolver nos sofrimentos alheios. O Papa convidou os fiéis a pedirem ao Senhor a graça de viver essas duas “transgressões” do Evangelho.

Coragem de sair do nosso isolamento e, ao invés de permanecer ali com pena de nós mesmos ou chorando nossas falências, ir até Jesus assim como somos. E um amor que leva a ir além das convenções, que faz superar os preconceitos e o medo de nos envolver na vida do outro. 



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