Destaco um parágrafo do belo texto do jornalista e professor mineiro Eduardo Machado (16/03/2021) sobre a nota do Vaticano contraria à bênção das uniões homo-afetivas:
Nós Igreja, estamos ainda aprendendo a amar. Sem discriminar. A burocracia tem medo do amor, pois ele abre portas, quebra correntes, abre janelas, expulsa o mofo. Foi o que João XXIII experimentou ao convocar o Vaticano II. O amor traz leveza, o que é insuportável para quem está preso ao peso dos séculos.
Francisco é, quem sabe, a preparação lenta e silenciosa de um Vaticano III. Mas a Igreja que vive para além da hierarquia, mas também nela, já caminha a passos bem mais largos. Sem a carga dos documentos frios, anacrônicos e empoeirados de autoritarismo, das leituras rígidas e dogmáticas, da imposição de regras castrantes e frias, essa Igreja já celebra, em suas comunidades, a jornada de acolhida às pessoas LGBTQ.
É um caminho longo, mas que se faz na certeza de que Cristo está conosco, acolhe a todos, porque ama a todos, sem discriminar quem quer que seja.
Ainda assim, é um caminho. Por vezes árido, duro, desanimador, mas é caminho. E caminho se faz, caminhando.
E, não podemos nos esquecer da razão maior da nossa esperança: o deserto da Quaresma termina num túmulo vazio...
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