Quanto mais o exercitante se acha só e retirado, tanto mais apto se torna para se aproximar de seu Criador, e de se unir a Ele. E quanto mais assim se aproxima, tanto melhor se dispõe para receber graças e dons de sua divina e suma Bondade (EE 20)
Em um primeiro momento
o silêncio é pura privação
carência, vácuo desconfortável. Arrancar-se de atividades e pessoas que preenchiam
o silêncio se percebe
como inútil, aborrecido,
perda de tempo.
Cheio do eco confuso
das coisas deixadas para trás
é exigência de companhia,
de atividades.
Se se ultrapassa este momento, o silêncio se faz palavra.
Os fantasmas escondidos começam a sair à luz
e a gritar suas exigências.
Antes trabalhavam na clandestinidade, mascarados nas atividades,
projetos e pessoas,
e passavam desapercebidos.
Mas também a vida desafiada
começa a brotar mais firme,
mais profunda, e nos surpreende
a profundidade ignorada
que surge de nós mesmos, desde nossa abertura ao infinito.
O silêncio se transforma em luta corpo a corpo
entre os fantasmas
com seu exército de medos
e as exigências novas
de uma liberdade inesgotável. O silêncio é tenso, implacável, decisivo.
Na luta algo de mim morre,
algo volta a ser clandestino,
algo novo se afirma
marcado ainda pelos traços da agonia.
em um gesto de repouso sábio,
feito de certezas infinitas,
de vida recém nascida.
que me abre o espaço
de seu amor discreto
onde se faz consistente minha harmonia.
se faz repouso estreado
0 comments:
Postar um comentário