2º DTC: BODAS DE CANÁ ou o saboroso vinho do Reino... (cf. Pe. A. Palaoro SJ)

                                 Mas tu guardaste o vinho melhor até agora... (Jo 2, 10)


 

O acontecido em Caná da Galiléia é o começo de todos os sinais, e que se prolongará ao longo da vida de Jesus. A nova purificação não se fará com água que limpa o exterior, mas com vinho saboroso que transforma o interior do ser humano. O vinho-amor como dom do Espírito, é o que purifica, o único que pode salvar definitivamente.

 

A água só pode ser saboreada como vinho quando, seguindo as palavras de Jesus, é “tirada” de seis grandes talhas de pedra, utilizada pelos judeus para suas purificações. A religião da lei escrita em tábuas de pedra está exausta. Essa religião deve ser libertada pelo amor e pela vida que Jesus comunica.

 

As talhas estavam ali “colocadas” sem mobilidade alguma. O número seis (sete menos um) é sinal do incompleto. É o número das festas dos judeus relatadas no evangelho de João. A sétima será a Páscoa

 

As talhas eram de pedra, como as tábuas da lei. A lei de pedra é sem misericórdia, vazias, sem água e nem vinho. Jesus diz que estão vazias; o sistema de purificação é ineficaz.

 

água que Jesus transformou em vinho não era água para uso doméstico era para os ritos religiosos de purificação. O Evangelho diz isso expressamente: “Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação dos judeus; em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros”.

 

Jesus, na primeira oportunidade, suprime a “água dos ritos” e transformou-a em vinho, no generoso “vinho da vida”. O que Jesus quis dizer com o primeiro dos “sinais” é que a velha ordem religiosa havia terminado. Jesus traça e marca uma nova maneira de viver uma relação sadia com Deus; Ele se comunica “na vida”, no prazer de viver. Jesus “des-sacralizou” o templo, o sábado, o sacerdócio, as instituições religiosas judaicas, e “sacralizou” a festa como tempo e espaço de humanizaçãoE tudo isso despertado pela sensibilidade de sua mãe Maria.

 

A mensagem do evangelho deste domingo, é a alegria de um homem e uma mulher que se vinculam no amor e querem que esse amor se expanda e chegue a todos, como vinho bom.

 

A vida devia ser, antes de tudo, refeição festiva e amor. Não basta o pão, é preciso o vinho. Uma vida sem amor e sem prazer seca e torna-se estéril.

 

“Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento”. Eles não se encontravam ali desde o início. Só quando chega Jesus, descobre-se a falta de vinho. Aabou o amor e a solidariedade. A presença de Jesus e seus discípulos na festa de casamento evoca a chegada de um novo tempo. 

 

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