Ao falar de discernimento inaciano, o fazemos a partir da compreensão dos movimentos do Espírito, do bem e do mal, aos quais devemos experimentar e entender suas táticas e estratégias. Esses movimentos interiores, na espiritualidade inaciana, são chamados de moções, sugestões e impulsos internos que nos incitam a fazer algo ou parar de fazê-lo.
As `moções´ são internas e profundas, as `emoções´ periféricas e superficiais. As moções, geralmente, incluem um estado de espírito, por isso podem nos ajudar a distinguir e intuir para onde a vontade de Deus me leva.
Inácio percebe dois tipos de moções: a consolação e a desolação. A consolação, dom de Deus, faz sentir paz e harmonia interior; o outro, pelo contrário, é carregado de inquietação e desarmonia. Por isso, quando devemos tomar uma decisão crucial não pode ser feita num estado interno de desolação. A desolação nunca foi uma boa companheira. Inácio de Loyola diz que em tempo de desolação nunca devemos tomar uma decisão importante.
A tristeza e o desconforto interior nunca foram bons conselheiros.
O Papa Francisco, como bom mestre espiritual, insiste na necessidade do discernimento para acertar nas nossas decisões fundamentais. Cuidado com os condicionamentos interiores e com os afetos desordenados! O discernimento inaciano é um processo que leva em conta a pureza do desejado como também o grau de liberdade interior.
Inácio de Loyola dizia sentir 3 "vozes" internas dentro de si: a de Deus, sempre positiva e cheia de vida, a do maligno sempre negativa e `mal cheirosa´, e por último uma terceira que não é significativa nem poderosa e que procede da própria pessoa.
Vamos, pois, decidir sempre por onde parece haver mais vida e serviço desinteressado.
A.
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